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De onde vem os GÊNIOS?



A genialidade humana é uma coisa muito louca. Se pedir para qualquer pessoa citar um gênio, ela falará “Albert Einstein”, mas se perguntar o porquê de ele ser um gênio, essa pessoa não sabe responder.

Isso se deve ao grande marketing que fizeram e fazem em torno de Einstein (não que ele não seja um gênio).

Ao mesmo tempo, dizem que depois dele não teve mais gênios. Enquanto ao Hawking? Acho que ele não correu atrás da fama…

Fora a piada sem graça de cima, houve muitas mentes brilhantes após Einstein e até mesmo contemporâneo a ele, mas só são conhecidas por fãs de ciências ou por quem são da área.

Mas o que define um “gênio”? e por quê, Albert Einstein, um cara que uma pessoa comum não sabe explicar o que ele fez é um gênio enquanto que o cara que desenvolveu as bases da eletricidade, por exemplo, não é nem lembrado? (não falo de Nikola Tesla, sim de Michael Faraday)

Como um belo “sem ter o que fazer” que eu sou, fui ao pai dos burros e pesquisei a definição de gênio. Segundo o dicionário do Google, na primeira definição gênio temos:

“conjunto dos traços psíquicos e fisiológicos que moldam o temperamento e o humor de cada pessoa.”

Isso não é gênio, isso é o que os astrólogos chamam de signo, não tem nada a ver com o que estou falando.

Já a segunda definição diz:

“espírito que, segundo os antigos, regia o destino de um indivíduo, de um lugar etc., ou que se supunha dominar um elemento da natureza, ou inspirar as artes, as paixões, os vícios etc.”

Isso também não é gênio, isso é karma e não tem nada a ver com genialidade.

Então recorri ao terror de qualquer professor, o Wikipédia. O site traz a definição de uma pessoa considerada gênia, que é:

“Um gênio ou génio é uma pessoa com grande capacidade mental. Ela pode se manifestar por um intelecto de primeira grandeza, ou um talento criativo fora do comum”

Ou seja, um gênio não procuraria definições no Wikipédia. Mas, vamos prosseguir a partir dessa definição, para ser um gênio é preciso ser muito inteligente.

E aqui entramos em outra discussão, até mais interessante do que a sobre genialidade, que é: o significado ser inteligente e como uma pessoa pode ser tanto ao ponto de ser chamada de gênio?

Bom, há muitas e muitas pessoas que observaram como o ser humano aprende e o que influencia a capacidade cognitiva, de inovação e na imaginação, mas, de todos eles, o que eu mais defendo é a de Howard Gardner.

Para Gardner, a inteligência é a capacidade de resolver um problema ou criar a ferramenta para resolver um problema, seja qual ele qual for.

Isso é magnífico, ao invés de limitar o conceito de inteligência a conhecimento de matemática, geometria, lógica ou pensamento crítico (que é comum que as pessoas pensem) o conceito é amplo e trata da simples capacidade de resolução de problemas.

Exemplo, se você precisar pegar uma fruta no topo de uma árvore e não alcança com os próprios braços, o fato de você pegar uma vara para alcança-la já é um ato de inteligência.

E o Gardner vai além, ele diz que há 9 tipos de inteligências que são:

A Lógico-matemático, que é aquela pessoa que calcula tudo na mente e cria sistemas lógicos para trabalhar. (O doidinho que todo mundo fala que é inteligente por saber matemática e acaba fazendo engenharia e virando uber.)

A linguística, que é aquela pessoa chata que sabe o que é um ditongo e fala 3 línguas. É aquela pessoa chata que espalha que inglês é fácil, que é só aprender o verbo “to be” e pronto.)

A corporal cinestésica, são aquelas pessoas que têm facilidade em aprender qualquer tipo de esporte. (aquele pessoal que consegue ir do yoga ao parkour sem muitos problemas.)

A naturalista, é aquela que tem facilidade em entender a natureza e suas leis, a relação entre o vivo e inanimado. (Essas geralmente são chamados de maconheiras injustamente).

A visual-espacial, é aquele que tem uma noção incrível de medida, ele para uma parede e diz “tem 10 metros de altura” e acerta. (Essa é pessoa certa para se confiar quando ela fala “bora, é bem aqui, pertinho”).

A musical, essa é uma das mais interessantes, que é aquela pessoa que todo mundo diz que tem talento pra ser músico pois aprende muito rápido. (geralmente falam que tem talento para ser músico)

A intrapessoal, que é aquela pessoa que tem um conhecimento sobre si muito bem e intuitivo. (Geralmente elas não exageram nos rolês, pois sabem seus limites.)

A interpessoal, que é aquela pessoa que é sociável, tem facilidade de ajudar os amigos com os dilemas da vida. (Aquela extrovertida, que é chata, mas todo mundo ama.)

E a existencial, que é entender o potencial da sua existência e como ela afeta ao seu redor. (não, não são os coachs).


No livro “As Múltiplas Inteligências” Howard discorre bem melhor sobre essa temática e explica que não necessariamente existem apenas esses tipos de inteligência e uma não anula a outra, ou seja, se você tem uma inteligência matemática, não necessariamente não terá outro tipo de inteligência.

Além do mais, não é só porque você teoricamente não tem uma delas que você é burro, burrice é pensar desta forma. O que faz a inteligência é a capacidade de resolver problemas (ou criar ferramentas para isso).

O que me faz concluir que, os cientistas ditos como “gênio” são apenas pessoas que desenvolveram a sua inteligência de afinidade a ponto de resolver problemas filosóficos complexos e consistentes.

Foi o que Albert Einstein fez, o que Isaac Newton fez antes dele, o que Galileu fez antes de Newton e o que provavelmente alguém fará, ou está fazendo (ou até mesmo já fez e apenas não notamos).

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